SINPEF-PR

País justo e seguro se constrói com respeito às instituições policiais

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O Brasil enfrenta um momento de crise institucional, cujo único remédio é o combate incessante à corrupção, enquanto vê a violência avançar dia após dia com mais força. Foi com esperança de viver dias melhores, em um país mais justo e seguro, que a população depositou seu voto de confiança nos atuais governantes e promoveu a maior renovação política da Câmara e do Senado desde a redemocratização.

O atual texto da Reforma da Previdência, no entanto, evidencia a falta de firmeza dos discursos de campanha e a indiferença do governo à figura do policial – braço do Estado na promoção de uma vida digna para todos, e também quem arrisca sua vida, diariamente, pelos propósitos de uma nação.

Para os policiais federais e demais profissionais do setor, é absolutamente incoerente que as reformas que o governo julga necessárias passem por cima de direitos e prerrogativas constitucionais de setores essenciais para a superação dos principais problemas que atingem o Brasil.

Assim como a diferenciação inaceitável entre militares e profissionais civis, utilizando justamente o argumento do compromisso com a segurança da população. O papel das forças militares, sobretudo em momentos de crise, é de suma importância. Mas não há como negar que são os policiais militares, civis, federais, rodoviários federais, agentes penitenciários e guardas municipais que lidam diariamente com a violência, o medo, a desvalorização e até mesmo com as restrições à liberdade e à segurança, qua também são estendidas à sua família.

Vale mencionar: a cada 17 horas um policial morre no Brasil. A crise do sistema prisional, com rebeliões no Norte do País, ainda hoje não foi contornada; as discussões sobre políticas eficientes para os policiais que arriscam suas vidas na fronteira aguardam posicionamento do governo; e a própria Lava Jato, uma das maiores expressões do combate à corrupção no Brasil, está ameaçada.

Por isso, na quinta-feira (27), policiais do Paraná vão manifestar sua decepção com o texto enviado pelo Executivo na intenção de proteger, também, os anseios dos brasileiros e lutar por mudanças reais. A manifestação será em frente à superintendência da PF em Curitiba, símbolo nacional do combate à corrupção.

Na mesma semana o Sindicato dos Policiais Federais do Paraná (Sinpef/PR) e demais entidades que integram a União dos Policiais do Brasil (UPB) também intensificarão as articulações junto aos parlamentares, na expectativa de que o conteúdo da proposta seja aprimorado. Na semana que vem, a luta continua em Brasília com uma série de agendas estratégicas.

O objetivo é fazer um trabalho de conscientização para que as emendas sugeridas pela UPB à PEC 6/19 sejam recepcionadas pelos parlamentares e o texto aprovado contemple destaques como uma regra de transição justa, integralidade e paridade, idade diferenciada para homens e mulheres, diminuição da alíquota previdenciária e melhoria no regime de pensões.

A aposentadoria dos policiais não é um privilégio, mas um direito – do policial e da sociedade. Polícia desvalorizada e envelhecida não combate a violência e o crime, vira alvo. E, sem os policiais quem está na mira é o povo. País justo e seguro se constrói com respeito às instituições policiais.

Curitiba (PR), 24 de junho de 2019.