Policiais federais do Paraná criticam validade de 30 dias para concurso da PF
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Representantes da carreira afirmam que déficit de policiais é muito superior ao número de candidatos convocados e que mudança fortaleceria órgão e beneficiaria a administração
Apesar do déficit alarmante de policiais federais, especialmente em regiões de fronteira, a Polícia Federal ainda não se manifestou sobre possíveis mudanças no edital de seu concurso, realizado no ano passado. Candidatos aprovados buscam, junto ao governo e com apoio de entidades representativas, mudança no item que estabelece o prazo de validade de 30 dias após a homologação, renovável por igual período, assim como a criação de novas turmas no curso de formação.
O Sindicato dos Policiais Federais do Estado do Paraná (Sinpef/PR) está entre as entidades que apoiam o movimento dos aprovados. A presidente, Bibiana Orsi, explica que a quantidade de policiais, inclusive após a convocação dos primeiros aprovados, é insuficiente para repor o déficit atual. “A nossa necessidade é urgente e o concurso pode perder a validade sem que candidatos que obtiveram notas satisfatórias sejam convocados. É um desperdício, uma omissão que fere princípios da administração, como da economicidade, da eficiência e da supremacia do interesse público”.
Segundo a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), o déficit atual é de 4 cargos. Já o edital do concurso, realizado em 2018, ofereceu 500 vagas.
Bibiana chama atenção para a situação do estado do Paraná que além da extensa área de fronteira com outros países da América do Sul – 450 quilômetros – tem forte atuação na investigação de crimes de corrução e, nos últimos meses, têm tido parte de seu efetivo desviado para custódia de presos da Lava Jato, como o ex-presidente Lula. “O discurso é de que a segurança pública é prioridade tem de ser condizente com as ações. A ampliação do prazo beneficiaria os candidatos e a própria administração.”, finalizou.