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Vice-presidente do SINPEF/PR fala sobre os desafios de ser mãe e policial

Há 4 anos

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Conciliar as atividades profissionais e cuidado com os filhos é uma realidade na vida de muitas mães brasileiras. Todos os dias, milhares delas se desdobram para equilibrar casa, vida pessoal e trabalho. No entanto, uma parte também precisa arriscar a própria vida – e indiretamente a da família – por causa de um ofício nobre: proteger a população. É o que ocorre com as policiais federais.

A atividade de risco, a rotina imprevisível e a política de lotação para policiais recém ingressas na profissão, que não sabem em que local do país vão trabalhar, estão entre os principais receios das policiais federais, que chegam a enfrentar uma jornada tripla de trabalho.

A vice-presidente do Sinpef/PR, Luciana Brungari, é uma das profissionais a encarar essa difícil missão. Ela é mãe de três filhos, Gabriel, de 20 anos, Mariana, de 18, e a caçula Maria Eduarda, com 15. “Passei no concurso da Polícia Federal quando a Mariana era recém-nascida. Eu lembro bem que estudava para as provas enquanto amamentava. Já a Dudinha veio depois que eu já era Policial. Ela nasceu em Curitiba, mas passei a gestação toda em uma área de fronteira sem muitos recursos, no norte do país”, lembra Luciana.

A trajetória de Luciana foi ainda mais difícil porque a policial, assim como tantas mulheres no Brasil, criou os três filhos sem ajuda do pai. De acordo com o IBGE, 57,3 milhões de lares são chefiados por mulheres, isto é, 38,7% das casas. Apesar de ser uma situação comum, ser mãe solo é um grande desafio.

“Quando os três eram pequenos eu viajava muito a trabalho, mas sempre que eu precisava ficar um período maior, dava um jeito de levá-los comigo. Minha vida sempre foi multitarefas, como a de todas as mães, com muitos afazeres, pois sempre fiz questão de participar de todos os momentos da vida deles”, relata. “Nem sempre era possível participar de tudo, mas com muito diálogo, eles sempre foram compreensivos quando eu não podia estar presente”.

A paranaense também pode contar com o apoio de outras mulheres da família. “Levava alguém junto, até minha irmã já foi comigo, pra ficar com a Mari, quando ela era pequena. Sempre pude contar com a amizade e a compreensão de familiares e colegas de trabalho e isso fez muita diferença”.

“Valeu a pena”

Apesar das dificuldades que enfrentou ao longo da carreira, a policial federal afirma que “tudo valeu a pena”. Além de trabalhar na carreira que sempre sonhou e ter alçado voos altos no Órgão, Luciana é o maior orgulho de Gabriel, Mariana e Maria Eduarda. “Ficam apreensivos pela profissão ser de risco, mas também têm muita admiração. Me chamam de guerreira”, conta.

Seu conselho para as mulheres que também sonham em ser policial é: não desistam e busque o apoio de outras pessoas na família e também no órgão em que irá atuar.

“Vivi muitos momentos difíceis e dolorosos, mas encontrei a força que precisava para enfrentá-los na maternidade e também junto aos colegas da Polícia Federal. Hoje olho para trás e vejo que todos as dificuldades me levaram a aprendizados essenciais para o meu amadurecimento, para ser uma pessoa melhor, como mãe, mulher e policial”.

“Também é muito importante que as mulheres da Polícia Federal procurem seus representantes sindicais, falem sobre suas dificuldades e nos ajudem a encontrar políticas para ajudá-las a seguir em frente. Estamos aqui para isso”, finaliza.