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10 anos sem justiça para Alexandre Drummond

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Nesta quinta-feira, 14 de abril, completam-se 10 anos do covarde assassinato do Policial Federal Alexandre Drummond Barbosa, aos 36 anos, pelo ruralista Alessandro Meneghel, em Cascavel (PR).

Apesar da repercussão do caso, que abalou todo o Estado, em especial familiares e colegas do policial, da gravidade do crime e da luta dos policiais federais, o filho de Alexandre, à época com 8 anos de idade, chegou aos 18, sem ver a justiça ser feita.

Condenado a 34 anos e seis meses de prisão, em fevereiro de 2017, Meneghel cumpriu a maior parte da pena em prisão domiciliar. Quando esteve atrás das grades, usufruiu de uma cela separada dos demais presos, benefício previsto em lei a infratores com ensino superior, o que não é o caso de Alessandro.

Em 2019, ele foi solto com base em uma decisão do Supremo Tribunal Federal, de que réus condenados só poderiam ser presos após o trânsito em julgado, isto é, depois de esgotados todos os recursos. No mesmo ano, sua pena também foi reduzida a 29 anos.

Desde então, Meneghel segue solto, concedendo entrevistas em que ostenta seus investimentos e patrimônio, debocha de agentes públicos que se manifestaram contra a inércia da Justiça, além de posar, fotografar e comparecer a encontros com políticos.

Essa sequência de acontecimentos não suscita outro sentimento senão o da revolta. São 10 anos de saudade, mas também de angústia e dor por ver a pecha da impunidade ignorar o frio assassinato de um policial que sempre serviu seu País com amor e dedicação.

Neste 14 de abril, o SINPEF/PR homenageia a memória do colega e reforça seu compromisso com a luta por justiça, nos tribunais do Estado e até a última instância. Alexandre foi policial honrado, amigo querido, pai carinhoso, filho que orgulhava toda a família. Sua ausência ainda é sentida por todos com quem conviveu. Alexandre merece justiça.

Ainda que a impunidade seja uma realidade no Brasil, há uma frente que não vai descansar, até que consigamos construir uma sociedade mais justa e segura para todos, sem distinção sobretudo de classe social. É a nossa frente, dos policiais federais.